quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

GESTÃO DE MEMÓRIAS E BENS MUSEAIS. CASO DE ESTUDO


Fundação Portuguesa das Comunicações / Museu e CDI

 TÓPICOS / RESUMO:

Recolher, trabalhar, preservar e expor memórias e patrimónios, envolve método, estudo, sensibilidade e conhecimentos de vária natureza. A abordagem sistémica seguinte pode ser um auxiliar, quiçá um começo de organização.

Ponto 0 (zero). O ambiente, as oportunidades e as ameaças. Os Governos, as nacionalizações, as privatizações e consequências sobre os Patrimónios.

1.O informal: cultura informal das Organizações, imagem nas memórias dos públicos, confiança no desenvolvimento dos projetos, imagem dos responsáveis e outros colaboradores.

2.A relação com o institucional. Ministérios, Direções, Institutos, normalização, regulação, Poder local, sistemas de ensino formal e informal.

3.Estratégia Administração Gestão Produção:

Estratégia e Administração: conhecimentos da envolvência. Ideia sobre a missão/visão/finalidades (cf. ponto 6. extrapolando …).

Formas de alcançar os objetivos. Calendarização dos projetos e ações. Recursos humanos e coordenação de projetos.

Reflexão e adaptação da missão, finalidades/visão; planos, projetos, objetivos; pontos de controlo e repartição de recursos.

Formação em: museologia / patrimónios, estudo dos paradigmas museais; cidadania, gestão, relações públicas, marketing e comunicação.

Produção de: documentação, exposições e serviços.

4.Equipamentos e espaços adequados.

5.Conhecimento dos Patrimónios com valor social/comunitário para serem fruídos sob quaisquer dos pontos de vista: científico, técnico, económico, documental, artístico, ambiental, lazer e comunicação.
6.Fratrimónios: Bens / valores sociais, usados ou consumidos no nosso tempo, nossa comunidade ou com as quais nos relacionamos, lembrando o bodo e o ágape (cf. Joaquim de Fiori, Agostinho da Silva, Natália Correia, Papa Francisco, Mário Chagas et al.); bem como a participação nos e com grupos musicais, teatro, folclore e outras associações de carácter económico, cultural e social.

Massamá – Festas populares

Extrapolando para o caso da FPC - Fundação Portuguesa das Comunicações / Museu e Centro de Documentação e Informação apresento os quadros referentes à “missão e visão”.
(quadro / imagem, gentileza da Fundação Portuguesa das Comunicações)

 Missão, visão e finalidades nem sempre são inequivocamente discerníveis entre si. Não raro, as finalidades confundem-se com a missão. Em 1993 aquando dum estudo para a constituição da Fundação das Comunicações (então ainda não tinha o adjetivo de Portuguesa) definimos as finalidades do seguinte modo:


As finalidades apontam para a razão fundamental da existência da Fundação / Museu, conforme expresso no excerto infra: 
«Pretende-se que a Fundação [em que se insere o Museu das Comunicações, ex Museu dos CTT] constitua uma tribuna de reflexão sobre o papel e o impacto das Comunicações Portuguesas.
A Fundação deverá, ainda, contribuir para a construção de uma Imagem Global das Comunicações. Promovendo a sua identificação como componente fundamental do tecido económico social e cultural nacional e internacional» (a)
………
(a) Anexo ao DE000293CI, Nº 293, de 25.05.1993 e entrada em vigor 01.06.93, documentação da Fundação das Comunicações, com a colaboração de Drª Maria da Graça Ennes e Drª Maria João Vasconcelos. Cf. Ainda ANCIÃES, 1992-1994, ob cit, p.16 e Anexo I, p.2.7

Os quadros/imagens seguintes são gentileza da FPC.





7. Salvaguarda. Ações de proteção no terreno / locais de utilização ou guarda; proteção jurídica/legislativa e para-musealização.

8.Conservação preventiva e restauro. Projetos dos edifícios adequados às funções de guarda, acomodação e movimentação dos patrimónios.

9.Documentação Informação e Comunicação. A Comunicação está no final da abordagem sistémica. Não significa que seja menos importante do que os outros pontos. Ela é essencial. Sem a comunicação/divulgação todos os números supra citados ficariam sem o interesse social. Os valores culturais e económicos devem ser comunicados a toda a Sociedade envolvente para que a mesma possa, caso queira, participar.

Com base nos pressupostos apresento a FPC como caso de estudo de ações viradas para os públicos e para as populações. A FPC com os seus Recursos têm levado o Museu aos Bairros, onde se relacionam com as populações e com os patrimónios; trazem os Bairros ao Museu; apostam na ótica das novas museologias e na gestão pró cidadania.

Tags: Fundação Portuguesa das Comunicações, gestão, memória, Museologia Social, Museu das Comunicações, Nova Museologia
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Fontes:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos – Fundação das Comunicações/Museu: Subsídios para Uma Abordagem Sistémica e Definição de Projectos. Âmbito: pós.grad. em Museologia Social do Instituto Superior de Matemáticas e Gestão. Lisboa: ISMAG – ULHT, 1992-1994
------------ Estudo, sugestões e Relatório de Estágio nos Sub-núcleos de Documentação do Património Museológico de Telecomunicações.- Lisboa: CDI-CTT; FPC, 1992-1993
---------------FPC Fundação Portuguesa das Comunicações. Museu das Comunicações, et al -Desdobrável institucional, s.d. disponível na FPC em 2016-2017 …
---------------Gestão de Memórias e Bens Museais. Caso de Estudo  http://cumpriraterra.blogspot.pt/2017/02/125-gestao-das-memorias-recursos.html

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