quinta-feira, 17 de novembro de 2016

110. A CENTRALIDADE E O NOME DE LISBOA - PORTUGAL PARA LÁ DO MITO CONTO E LENDA


Sublinho papel de centralidade mundial de Lisboa, embora algumas vezes não o tenha parecido. Esse papel foi-lhe subtraído algumas vezes por outras geografias. É certo que Lisboa fica situada no extremo (limite) do grande Continente Euro-Asiático.

Vista nesse sentido Lisboa/Sintra (Cabo da Roca) ficam, de facto, no fim e foi também por isso que a estas terras se chamou Oestrimnia, Estrímnia ou Extrímnia que vem do grego e quer dizer – o que está no extremo ou no fim do mundo;
Mas atenção este extremo já contém em si um prefixo “Ex”
sair para fora, expor-se. Foi e é esse papel que Lisboa teve
e tem o de expor-se, outrora, aqui e agora.
O que foi extremo tornou-se, de facto, um centro.
E não foi só nos século I – IV quando Romanos escalaram portos, trocaram produtos; não foi só no século XVI quando Lisboa se tornou num entreposto comercial da Europa com produtos de África, Oriente e Ocidente.
E não foi só durante a II Guerra Mundial, quando tanta gente se dirigiu a estas paragens.
Recentemente aconteceu o mesmo por altura do evento do Web Summit que vai replicar-se por mais alguns anos e cujos negócios e empreendimentos podem estender-se por décadas.
E será também quando os portos portugueses voltarem a ser entreposto privilegiado entre continentes com redistribuição em linhas terrestres, eletrificadas e amigas do ambiente.
O nome de Lisboa
Voltando à capital, porque é que Lisboa se chama Lisboa. Em princípio parece dever-se à sua edificação, sobre uma enseada amena. Ora enseada quer dizer ancoradouro e amena quer dizer agradável, prazenteira, mansa, calma. E esta primeira versão do nome vem-lhe já do pré-celta ou fenício quando foi denominada Alis-ubbo (enseada amena). E cá temos o prefixo lis, depois de lhe ter caído o “A” inicial. Estas paragens de Lisboa foram percorridas por gregos e romanos; mais estes últimos, como acima disse. Não vou agora desenvolver a lenda da “presença”, entre aspas do herói mítico:
Ulisses em Lisboa:
Certo é que ele e/ou a sua representação estão cá, nesta Terra da Oestrimnia, Estrímnia ou Extrímnia, não só em estátua, ou melhor, num característico busto no distinto miradouro de São Roque, também dito de São Pedro de Alcântara, na 5ª ou na 7ª colina, dependendo das interpretações.
Uma ideia e uma ação
Foi a figura de Ulisses que me deu a ideia de começar as visitas por aqui, por São Pedro de Alcântara, pois não só Ulisses entra em contexto no início da museologia, ecomuseologia (ecologia + museologia) /ou economuseologia (economia + museologia), ligada inicialmente às musas, aos deuses e às deusas, também à música, tudo isto derivado da palavra museu que em grego se disse ou soava museion, aliado também à poesia e à inspiração. Como “no princípio” era o museu ou museion, um homem sábio, dotado e inspirado, que andava de terra em terra pela Grécia Antiga a divulgar a música, a poesia e outros saberes.
Ainda o nome de Lisboa
Se fomos ao pré-celta ou fenício buscar a primeira versão da origem do nome de Lisboa, com base na geografia, também devemos apresentar uma segunda versão e esta já não se liga à geografia física – à tal enseada amena; esta segunda versão liga-se à cultura, ou seja à expressão mítica dos deuses que nos aparecem antes das manifestações culturais humanas ou religiosas monoteístas.
A segunda versão baseia-se, pois, no nome de Ulisses (ou Olisses?) e cá está ainda, ou novamente, o prefixo Lis, depois de lhe ter caído o “U” ou “O” inicial, sendo que Ulisses em romano, dizia-se Odisseu, em grego. Foi, pois Ulisses, ou Olisses, ou Odisseu, o herói da Ilíada e da Odisseia que terá dado origem ao atributo – olisiponense, designativo que ainda se mantém em relação à população de Lisboa.
Vamos, pois, ver Odisseu (da Odisseia) ou Ulisses, assim legendado e, em pose mítica, virado para a sua Grécia e para a colina do Castelo, a primeira e mais alta de Lisboa. Contudo Ulisses não se esquece da sua terra natal e vamos ver porquê face aos interessantes bustos que terão dado o nome a Lisboa ou, pelo menos, enformaram a Cultura Clássica, Renascença (e não só) em Portugal.
Daí, o jardim miradouro desta colina de São Roque que vamos visitar e que está povoada por figuras da época – Clássica e Renascença.
Por falar em colinas. Sabem quantas há em Lisboa?
Serão mesmo 7, ou serão menos ou serão mais?
Haverá pois, pelo menos, uma explicação. A interpretação do mito, da lenda, da geografia, da imaginação e da história dar-nos-ão a resposta.
       Tags: economia, história, museologia, turismo
Fontes:
-ANCIÃES, Alfredo Ramos; SOARES, Luís Ribeiro (prof) - Apontamentos meus e de Soares - Aulas de História das Mentalidades. Lisboa: Universidade Livre de Lisboa, 1985/1986;
-Em linha, acedidos em 17.11.2016:
-WIKIMEDIA, et al. – https://es.wikipedia.org/wiki/Oestrimnios ; -------


1 comentário:

  1. Extase de São Pedro de Alcântara no Convento que lhe foi dedicado em resultado da vitória de Portugal nos Montes Claros e que mudaria a concepção e aceitação de Portugal por parte de Espanha como país independente e reconhecendo em definitivo a RESTAURAÇÂO POLÍTICA E NACIONAL

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