quinta-feira, 30 de junho de 2016

67. OS LUSÍADAS “O(S) MAGRIÇO(S)” E OS COUTINHOS

 
(Castelo de Penedono onde terá nascido o Magriço (Álvaro Gonçalves Coutinho) e seguramente o Concelho onde eu
próprio nasci)

Álvaro Gonçalves Coutinho
de cognome “o Magriço”;
que divulga a Nacional Seleção
com Eusébio à porfia
na melhor exibição.
 
Em Penedono tem luz e berço
desde os primórdios da nacionalidade,
defensor, batalhador
ao lado da Ínclita Geração.
(Retrato do "Magriço" - Álvaro Gonçalves Coutinho - segundo um quadro, gentileza da Câmara Municipal de Penedono)

Descendentes da linhagem Coutinho,
em África e no Oriente
insígnias conquistastes,
Governadores da Mina fostes,
da Índia, Ceilão e Malaca,
Condes de Redondo,
Marqueses de Borba,
de Santa Iria, Linhares e Funchal.
 
Alcaides, fronteiros, lutadores
em Lamego, Penedono, Ceuta,
Azamor, Marialva e Trancoso,
onde batalhas travastes.
 
Embaixadores na Holanda, Dinamarca
e França. Em Argel prisioneiro
fostes Manuel de Sousa Coutinho,
onde o Miguel de Cervantes
conhecestes. Em frei Luís de Sousa
vos convertestes.
 (Legenda in monumento ao Magriço na Vila de Penedono, Terras de Magriço e do Demo)

Defensores de honras e damas
um Capitão dos “Doze de Inglaterra”;
a vós Coutinhos,
Camões não vos esquece
pela proteção recebida nas Índias
e pelo regresso à Pátria mãe,
o Poeta Mor dos Lusíadas
para sempre vos agradece.
 
Em vinte e nove estrofes
os Lusos e o Magriço Capitão
lembrados são
e para sempre imortalizados.
 
Aqui deixo um excerto
do Mor Poema da Gesta Lusa;
ao meu conterrâneo Magriço,
especialmente dedicado:
 
DOS LUSÍADAS
 
«Por estes vos darei um Nuno fero,
Que fez ao rei e ao reino tal serviço,
Um Egas [Moniz] e um Dom Fuas [Roupinho], que de Homero
A cítara para eles só cobiço;
Pois pelos Doze Pares dar-vos quero
Os Doze de Inglaterra e o seu Magriço;
Dou-vos também o ilustre Gama,
Que para si de Eneias toma fama.
(in Os Lusíadas, Canto I, estrofe 12)
… / …
 
Consentem nisto todos, e encomendam
A Veloso que conte isto que aprova.
 
“Contarei (disse) sem que me repreendam
De contar cousa fabulosa ou nova.
E, por que os que me ouvirem daqui aprendam
A fazer feitos grandes de alta prova,
Dos nascidos direi na nossa terra,
Estes são os Doze [ e o Magriço]  de Inglaterra.
(ob. cit. Canto VI, estrofe 42)
… / …
 
Entre as damas gentis da corte inglesa,
E nobres cortesãos, acaso um dia,
Se levantou discórdia, em ira acesa,
Ou foi opinião, ou foi porfia.
Os cortesãos, a quem tão pouco pesa,
Soltar palavras graves de ousadia,
Dizem que provarão, que honras e famas
Em tais damas não há [(] para ser damas[)].
(ob. cit. Canto VI, estrofe 44)
…/…
 
Já chega a Portugal o mensageiro,
Toda a corte alvoroça a novidade,
Quisera o Rei sublime [ D. João, Mestre de Avis ] ser o primeiro,
Mas não lho permite a régia Majestade.
Qualquer dos cortesãos aventureiros
Deseja ser, com férvida vontade,
E só fica por bem-aventurado
Quem já vem pelo Duque [ de Lencastre ] nomeado.
(ob. cit. Canto VI, estrofe 51)
…/...
 
Já do seu Rei [ D. João, o primeiro ] tomado têm licença,
Para partir do Douro celebrado,
Aqueles que escolhidos por sentença
Foram do Duque [ de Lencastre ] experimentado.
Não há na companhia diferença
De cavaleiro, destro ou esforçado,
Mas um só, que Magriço se dizia,
Destarte fala à forte companhia:
(ob. cit. Canto VI, estrofe 53)
 
“Fortíssimos consócios, eu desejo,
Há muito já, de andar terras estranhas,
Por ver mais águas que as do Douro e Tejo,
Várias gentes e leis e várias manhas.
Agora que aparelho certo vejo,
Pois que do mundo as cousas são tamanhas,
Quero, se me deixais, ir só, por terra,
Porque eu [ Magriço ] serei convosco em Inglaterra”»
(ob. cit. Canto VI, estrofe 54)
 
Fim de citação.
 
E assim acontece,
Magriço ao compromisso
a tempo chega
para o difícil torneiro vencer;
gáudio de Portugal, da corte,
do Mestre de Avis
e das Ínclitas Gerações de Portugueses,
que ao Mundo, novos mundos desvendam.
 (Casa tradicional com escudo da família Coutinho e Magriço)

Tags: Camões, Cavalaria, Coutinhos, Expansão, História, Honra, Lusíadas, Portugal, Terras de Magriço
………………………..
Nota: os sublinhados das estrofes e entre parêntesis retos são meus. O texto apresenta-se em português atualizado.
 
Fontes:

--Camões, Luís Vaz de – Os Lusíadas, Canto I; Canto VI, Ed. Expresso, 2003

-Serrão, Joel – Cronologia Geral da História de Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1980

Em linha:

--Anciães, Alfredo Ramos – Beiraltíssima seu reino Comunicar inhttp://museologiaporto.ning.com/profiles/blogs/36-beiralt-ssima-e-seu-reino-comunicar

-------------------------------- - Os Descobrimentos e a Vocação de Portugal inhttp://museologiaporto.ning.com/profiles/blogs/os-descobrimentos-a-comunica-o-e-a-voca-o-mundial-de-portugal


--Biblioteca Pública do Porto; A. de Magalhães Basto et al. - Crónica Breve das Cavalarias dos Doze de Inglaterra (manuscrito), s. d.

--Wikipedia - Miguel de Cervantes in https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_de_Cervantes

---------------- Ínclita Geração in  - https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dnclita_gera%C3%A7%C3%A3o
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